AOS CEGUETAS DOMINGUEIROS

 Apoc.3 :18 “...colírio para ungires os teus olhos, afim de que    vejas.”

ANIBAL L. FRESCHI

A história da Igreja é longa e cheia de complexidades. Cada vez que um irmãozinho manifesta alguma opinião sobre os acontecimentos do dia a dia, e o faz sob o pretexto da guarda da fé, fica evidente que muito pouco se sabe e se entende do que seja a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, da qual fazemos questão de ser parte. A Igreja em períodos de fidelidade aos seus princípios, sempre esteve envolvida em embates à custas de sangue, dor e lágrimas. Os momentos de sossego se deram, sempre que ela se acomodou e permaneceu à parte dos clamores dos povos e das práticas injustas de governos. Nesses momentos, a Igreja fazia vistas grossas e permanecia muda e ausente enquanto grassava a miséria em todos os sentidos. Uma Igreja que não consegue enxergar o que está acontecendo e que se mantém à margem, se satisfazendo em promover algum manifesto que aponte para sua presença numérica em nome de Jesus, essa igreja está longe de ser a Igreja dos evangelhos, a Igreja de Cristo. O que produzem suas manifestações? Que governo se importa com isso? Que Evangelho tais movimentos propõem? O do conformismo, da omissão e covardia? Não; não é essa a Agência do Reino de Deus na terra. A Igreja de Cristo faz estremecer as portas do inferno social, moral e espiritual.  Atualmente há uma preocupação em manter-se representada politicamente por líderes cujas vistas estão focadas na sexualidade das pessoas,  sem se importar com a miséria na Saúde, na Educação, na Segurança Pública, nas superlotações dos presídios, na falta de recursos para uma Justiça rápida e eficiente, enfim nos direitos de cada cidadão. Parece que alguns cristãos julgam como pecado o ser um cidadão. Torcem os narizes e usam os excessos de infiltrados, para desprezarem as legítimas manifestações por justiça e por direito. Esquecem-se de que da Igreja é cobrada maior vigilância e zelo pelo direito e pela justiça para todos, Mat.5:6 “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça...”Mat.5:20 “ ...se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino de Deus.”  Esses, não conhecem o Cristo indignado que aos berros e de chicote em mãos avançava agressivo contra os exploradores do povo que usavam a própria religião como instrumento de enriquecimento pessoal. Templos suntuosos erguidos por aqueles que moram em barracos paupérrimos. Palácios de governos construídos à custas de uma gente que anda de um lado para o outro, sem teto, sem saúde, sem educação, sem segurança. Se a Igreja não consegue enxergar e se mover diante disso, está na hora do colírio proposto pelo Senhor em Apoc.3: 18. Amém.

Senhor. Abre meus olhos e faça de mim um instrumento de manifestação da Tua indignação. Que a minha fé seja real e não apenas uma ilusão. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

Leit.bíb. João 2:  13 - 25