PERDER PARA DEPOIS GANHAR Mat.16 : 25
Anibal L. Freschi
Eram quase dez horas da noite. A sala modesta. Na mesa, as provas dos alunos a serem corrigidas. O plano de aulas já pronto. Enquanto isso, debruçada sobre os papéis, a professora de vez em quando apertava os olhos para aproveitar melhor a claridade da vela que bruxuleava sua chama, enquanto derretia-lhe a cera no prato. Luz para todos ainda não era realidade ali. Dedicada, pensava na manhã seguinte. Enfrentar a chuva que persistia já há alguns dias. A sala superlotada e de precárias condições, e os alunos, em algazarra frenética. Enquanto isso, no quartinho ao lado o filho ressonava profundamente. Deixaria seu filho sozinho, pensava; para cuidar dos filhos dos outros. O salário, não era nem de longe o estímulo a fazê-la tão persistente tal qual a chuva que caía. Mas a certeza de ajudar com o seu sacrifício, que se formassem cidadãos de verdade, decentes e vitoriosos.
Enquanto isso, derretia-se a vela, parecendo prestar-lhe alguma espécie de solidariedade, pois oferecendo a luz matéria, proporcionava-lhe poder com sacrifício, dar aos alunos a luz do saber. Quem sabe, algum voltaria para dizer-lhe que valeu a pena. Quem sabe?
Aprendemos com isso, que a expectativa de Cristo em relação a nós, é a de nos dispormos ao sacrifício pelo bem do outro. Sacrifício da entrega, do derretimento das aptidões, talentos, tempo e o que mais tivermos, para que se ressurjam na forma do outro melhorado, aprimorado e útil. Nossa gratificação será a de vermos o sucesso daqueles que passaram por nós e que de alguma maneira foram ajudados pelo nosso viver de entrega em derretimentos. Cristo fez isso. Ele a Si mesmo se humilhou Filipenses 2: 5 – 8. Padeceu e morreu para que vivamos uma vida plena, abundante e que valha a pena ser vivida. E vida que vale a pena, é a que deixa neste mundo, sinais de sua doação a favor dos outros. A que coopera em fazer desse mundo um lugar melhor.
Se é assim nosso viver, podemos celebrar a ressurreição dO Senhor naquele em quem vemos ressuscitar tudo aquilo que lhe oferecemos pelo nosso derreter contínuo. O contrário de um viver assim é puro egoísmo. Afinal, o que é cristianismo, senão uma vida de doação e entrega?
Não se permita ser apenas uma vela decorativa. Bonita de ver, mas de pouca ou nenhuma utilidade prática e que aos poucos envelhece, desbota e finalmente fica esquecida nalgum canto qualquer. Seja uma vela em permanente consumo. Abra mão de si o quanto mais puder para desfrutar o prazer do ressurgimento daquilo que foi sua entrega, na vida do outro. Escreva com a sua vida uma bela história no outro. Está bem? Comece hoje. Deus te abençoe .Amém?
Oremos? Pai Santo. Eu Te agradeço por tudo que me deste até hoje. A partir de agora, eu quero oferecer mais de mim para que outros sejam mais e melhores. Quero deixar bons sinais em minha passagem nesta vida, nas vidas que cruzarem meu caminho. Dá-me oportunidade e sabedoria para ser a extensão de Sua mão para abençoar sempre. Em Nome de Jesus Cristo . Amém, amém e amém.
Leia e reflita. Tiago 2: 14 - 26
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