Anibal L. Freschi
Negar-se é um grande desafio, considerando-se que nossos projetos e conquistas na vida visam satisfazer o nosso “eu mesmo”. Assim, é de se esperar que valorizemos e queiramos satisfazer esse reizinho cheio de caprichos e de vontades que existe dentro de nós. Nada haveria de errado, não fosse o dito cujo, um tirano que é muito sensível às suas exigências caprichosas, mas completamente indiferente aos direitos e necessidades dos outros. Para ele, tudo o que interessa é o seu “eu mesmo” plenamente satisfeito.
O limite da nossa compreensão da vida precisa expandir-se, ir para além do “eu mesmo”.
Para isso, requer-se uma boa dose de auto negação. Embora não seja fácil, preciso compreender que além de mim, existe o outro com todos os seus direitos e necessidades, e que devem ser respeitados por mim. Se penso em aumentar o volume do som que estou curtindo, o direito do outro imediatamente grita: “ E aí, como é que eu fico ?” Aí então, vale a advertência dO Senhor: “ Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles, Mat.7 : 12”.
Para que as coisas corram bem, necessário se faz que deponhamos o nosso reizinho dando-lhe nova função, a de servo. Todo cristão deveria se lembrar de que outra coisa não somos senão servos de Deus e do próximo. Que somos filhos de Deus não temos dúvidas, porém, somos filhos que servem? O problema de muita gente é que se apresentam diante dO Senhor cheios de “determino isso, exijo aquilo” como se fossem os senhores dO Deus eterno, como se Deus fosse um imediato e eles os oficiais . Resultado: Nada sabem de nada, pois nunca estão atentos à vontade dO Pai, mas sim à sua vontade pessoal sempre. O servo está atento ao menor gesto de seu senhor.Sl.123 : 2.
Servos, isso é o que somos. Às vezes negligenciamos e caímos em ciladas que prontamente precisam ser desarmadas, e O Senhor é quem pode fazer isso.Sl.25: 15. Pois O Senhor é Ele, acima das armadilhas e ciladas. Muitos se arvoram senhores e capazes. Chega o momento da queda, não têm a quem recorrer, então desanimados, derrotados, acabam seus dias no pó, porque nesta vida, outra coisa não fizeram, senão atender à voz de sua vaidade cega e absurdamente inútil. Somos servos das gerações que ainda virão. É nosso dever preparar-lhes esse mundo. Torná-lo melhor e favorável aos filhos, netos e tantos outros que ainda chegarão. Esse legado devemos preparar enquanto aqui estamos. Um papel de bala atirado a esmo revela nossa falta de consciência de servos. Favorecer e não prejudicar os futuros habitantes deste planeta. Isto se chama responsabilidade. Responsabilidade de servos que se prestem às necessidades dos outros, pois vêem em cada um, semelhança e imagem de Deus.
Quando você não estiver mais por aqui, haverá uma saudade ou um alívio? Reflita um pouco sobre sua vida. Se preciso for, amplie seus limites, zele pelos direitos dos outros, respeite-os e torne esse mundo melhor para todos. E por favor, abaixe o som. Amém?
Vamos orar. – “Senhor Nosso Deus. Como servos, nos aproximamos para pedir-lhe o necessário perdão em razão das nossas muitas faltas. Mostra-nos a Tua vontade soberana para nosso viver e servir, à Ti e ao próximo em suas necessidades. Servos obedientes e úteis, é o que desejamos ser. Em nome de Jesus Cristo. Amém, amém e amém.”
Leitura bíblica e reflexão: João 13 : 2 - 17
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