A DIFÍCIL E NECESSÁRIA ARTE
DA CONVIVÊNCIA Ecles.4:9 “Melhor é serem dois do que um,...”
ANIBAL L. FRESCHI
Porque é tão difícil conviver? Quais são os maiores desafios
que enfrenta quem decide dividir sua vida com outra pessoa? Creio que toda
dificuldade começa com essa palavra mesmo: Dividir. Até onde estamos
dispostos a dividir algo, tão importante para nós, como a nossa vida? Abrir
mãos de boa parte do tempo da nossa vida e dedicá-lo a alguém. Introduzir no
ambiente da nossa intimidade e revelá-la, quando tudo era tão somente nosso
apenas. Pois é isso o que acontece conosco ao conviver com alguém. Essa pessoa vai
passear por nossos jardins à seu próprio modo, à seu próprio andar, e pode
acontecer de ser tão diferente de nós, que não gostemos e nos incomodemos com o
que veremos e ouviremos acontecer na ambiente da nossa vida, antes arrumada, conservada e desfrutada de um jeito só nosso. Houve
um dia na adolescência, em que ganhamos um quarto só para nós. Imediatamente na
porta, escrevemos: “Não entre”. Agora, têm-se o direito de entrar; e
ficar.Dividir não é fácil. Mas é indispensável, quando se quer alguém consigo.
Esse alguém precisa da nossa paciência para ser conhecido e compreendido. Esse
alguém possui direitos que precisamos respeitar. Esse alguém possui
necessidades que precisamos atender. Essa pessoa necessita de toda atenção que
pudermos lhe oferecer. E ainda assim, vai cobrar sempre mais. Contudo, vale
muito à pena ter alguém com quem repartir. Alguém para rir, e às vezes, até
chorar conosco. Alguém, à quem possamos mostrar aquela estrela que descobrimos,
tão linda. Alguém, com quem olhar, juntos, a lua clara e cheia. Alguém, que
participe da nossa alegria ao arrumar as malas para as férias tão esperadas.
Alguém que participe dos nossos planos e
deles, sempre faça parte. Alguém que possua um coração acelerado, feito
desfribilador, para animar o nosso, às vezes fraco, cansado, e muito silencioso.
Enfim, alguém a quem possamos amar sem receios. Alguém de quem possamos esperar
boas surpresas e nunca o baque letal de inesperada traição. Mas para isso, é
preciso abrir mãos de si próprio em grande medida, para que haja espaço
suficiente à tão esperada companhia. Afinal, conviver é arte. Arte que se
aplica a construir uma história. Aquela, que valha a pena ser lida e
recomendada, após seu último parágrafo. A nossa própria história.
Senhor. Que eu seja a
melhor companhia que possa ser, para fazer feliz quem procura em mim boas
surpresas. Em nome de Jesus Cristo. Amém.
Leit. Bíb.Cantares 7: 11-13
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