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sexta-feira, 29 de março de 2013


O CALVÁRIO         Lc.23: 40 “ Nem ao menos temes a    Deus, estando sob igual sentença?”

ANIBAL L.FRESCHI

A crucificação de Cristo nos remete à reflexões bem interessantes e muito necessárias. O quadro triste do Servo sofredor em total abandono, pode provocar sentimentos de piedade, e de inconformação. No entanto, é preciso observar os motivos que provocaram os fatos no Calvário. Enquanto caminhava a via que O levava ao monte, O Senhor se dirigiu às mulheres que O acompanhavam em prantos, dizendo-lhes: vrs.28”Não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos”. Essa advertência chega até nós também. Refletir a Paixão de Cristo, sem levar em contas o nosso jeito de viver e conviver, é pura perda de tempo. É só espetáculo, e nada além disso. A Paixão de Cristo deve ser muito mais do que uma contemplação comovida, e sim o momento oportuno para pesarmos e examinarmos o modo como vivemos e nos relacionamos. A nossa maneira de encarar o próximo, nossas responsabilidades sociais, a qualidade do nosso caráter. Oportunidade para examinar o tipo de família que constituímos, os filhos que geramos, enfim nos colocarmos em julgamento. Lá no monte do Calvário, havia uma cruz de onde se ouviam palavras de zombaria e de desprezo pelo Salvador crucificado. Palavras que revelavam o que há em muitos de nós e de nossos filhos. Palavras que revelavam o total desprezo por valores, e a falta de sensibilidade em relação aos próprios erros. Tanto é, que numa outra cruz, alguém desaprovava tal comportamento, dizendo: “Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem;” Quantos são os pais que  usam tempo para questionar com os filhos a maneira como estão levando a vida? Quantos pais são capazes de pedir perdão à família por algo que não deveriam ter feito? A cruz nos acusa de um viver sem arrependimentos, sem o temor de Deus. O mundo se detém a observar a Paixão de Cristo como se fosse apenas um espetáculo comovente e nada mais. O homem deveria transportar-se para o Calvário e julgar-se. Julgar seus sentimentos usurpadores, que o levam à omissão diante das necessidades dos pobres, o seu desrespeito aos valores nobres para uma convivência social saudável. Julgamento que leve à intolerância a toda e qualquer forma de corrupção, aos sentimentos que provocam miséria e desassistência. Olhemos para o Calvário para chorar por nós mesmos. Afinal, a cruz de Cristo, bem no centro; a que se destaca; de outra coisa não fala, senão de nós próprios, tão pecadores.

Senhor. Perdoa-me. Em nome de Cristo. Amém.
Leit.bíb.Lucas 23: 39 - 43

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